A Polícia Nacional realizou uma investigação em Dos Hermanas por uma suposta fraude que culminou na detenção em diversos locais do território nacional 64 pessoas. Treze deles faziam parte de uma complexa rede dedicada à aquisição de microcréditos financeiros por meio de compras simuladas de produtos de empresas. O dano econômico para entidades comerciais ascende a mais de 240.000 euros. Os detidos estão acusados dos crimes de Integração em Grupo Criminoso, Branqueamento de Capitais, Fraude, Usurpação de Identidade, Falsidade de Documento e Simulação de Crime.
Os clientes recrutados tiveram problemas de pagamento
A pesquisa realizada pelo Grupo de Crimes Econômicos e Fiscais da Delegacia Local de Dos Hermanas, nos permitiu conhecer o modus operandi da organização que executou a fraude, composta maioritariamente por pessoas que recrutaram clientes e geriram os microcréditos, bem como por empresários que recorreram às sociedades financeiras com as quais habitualmente operavam para formalizar as operações financeiras fraudulentas.
Todos os clientes que a organização atraiu tinham o mesmo perfil financeiro. Eram pessoas que recebiam salário ou pensão, estavam endividadas e acumulavam inúmeros microcréditos, muitos deles figurando nas listas de inadimplentes.
Os gestores publicitavam na Internet utilizando logótipos de diferentes empresas financeiras para parecerem mais credíveis e atrairem clientes. Ao contactarem os utilizadores, alertaram-nos para a dificuldade de concessão de crédito através de entidades bancárias e, em seguida, ofereceram-lhes a única solução para efectuarem um compra falsa de produtos com uma empresa colaboradora e simular um financiamento oferecendo-lhes uma parte dos lucros.
Desta forma, a instituição financeira, ao receber a documentação de crédito, sempre inferior a 12.000 euros para evitar o estudo de risco, confirmou a operação, sendo o dinheiro distribuído entre os membros da organização criminosa e os clientes que aceitaram as operações falsas. … compras.
Segundo os investigadores, o grupo criminoso desta forma fez com que cinco empresas financeiras com as quais operavam uma perda económica superior a 24.000 euros.
A investigação sobre o golpe em Dos Hermanas durou dois anos
Durante os quase dois anos que duraram as investigações policiais, constatou-se que os diversos dirigentes e empresários integrantes da organização criminosa realizavam regularmente múltiplas operações fraudulentas, ocultando o lucro gerado pela atividade criminosa em contas familiares.
Por último, dada a complexidade da operação, o número de detidos e a sua duração ao longo do tempo, As prisões tiveram que ser realizadas em quatro fasesos investigadores deslocaram-se às localidades de Sevilha, Dos Hermanas, Úbeda, Huelva, Jerez de la Frontera, Málaga, Madrid, Oviedo, Múrcia, Almendarlejo e Granada.
Dos 64 detidos, 13 pertencem à rede criminosa e estão acusados dos crimes de Integração em Grupo Criminoso, Branqueamento de Capitais e Fraude. Os restantes são acusados dos crimes de Fraude e em alguns casos Simulação de Crime, Falsidade de Documento e Ususpação de Identidade.