A Câmara Criminal do Tribunal Superior Eleitoral (TS) confirmou a condenação sete anos de desqualificação por emprego ou cargo público por crime de prevaricação administrativa contra Francisco López Sánchez, ex-prefeito de Pruna (Sevilha), pelo contratação irregular de arquitetoem 9 de abril de 2012, apesar do parecer desfavorável do secretário da Câmara Municipal.
O ex-prefeito contratou diretamente o arquiteto para assessoria urbanística da Prefeitura sem processo seletivo por se tratar de contrato menor, segundo os factos provados. A secretária assinalou no seu relatório que se desconhecia o valor total do contrato (se ultrapassou os 18.000 euros), que o seu objeto carecia de definição suficiente e que não havia dotação orçamental.
O relato dos fatos provados indica que, posteriormente, o então prefeito solicitou um relatório de compatibilidade ao Serviço Jurídico do Conselho Provincial de Sevilha, que advertiu que a modalidade de contrato de serviço administrativo não era adequada porque as funções para as quais o arquiteto foi contratado eram reservadas aos funcionários públicos. Apesar disso, manteve-o e formalizou um segundo contrato com ele.
A Câmara indica que a condenação do recorrente, como autor de crime de prevaricação administrativa, se baseia, fundamentalmente, em um par de fatos relacionados com a “contratação irregular” que, como prefeito do município de Pruna, realizou , apesar de ter o parecer desfavorável do secretário, e manter a referida contratação contra o relatório da Diputación de Sevilla. Acrescenta que, aliás, “e isto abunda em irregularidade”, formalizou um segundo contrato com o mesmo arquitecto.
Assinala que quaisquer que sejam as razões que levaram o recorrente a celebrá-lo, “de modo algum evitam que ele desconhecia as objeções que o secretário fez e que, apesar dessas objeções e ciente do relatório, não obstante, emitiu o resolução prevaricante, isto é, com consciência e vontade do que fez, que é o que consiste a fraude do autor, suficiente para efeitos de subsunção da sua conduta no crime pelo qual foi condenado, independentemente do motivo ou motivação que o levou para fazê-lo”.
Uma “resolução arbitrária”
A sentença esclarece que a essência do crime de prevaricação está na lavratura de resolução arbitráriae que foi o que fez o condenado, conforme consta do facto provado, quando se diz que, “apesar da denúncia contra o Serviço Jurídico do Conselho Provincial, conscientemente dita uma nova resolução que não era oportuna”, para que o facto de o arquitecto ter posteriormente executado ou deixado de realizar determinada tarefa “é indiferente aos efeitos do crime de prevaricação de que foi condenado, por ter sido emitida resolução”.
A Câmara dá provimento parcial ao recurso interposto pelo ex-prefeito contra a decisão do Tribunal Provincial de Sevilha, que impôs a referida pena de sete anos de inabilitação especial. Nele, ele alegou, entre outras razões que foram rejeitadas, que o julgamento recorrido não especificou o trabalho específico ou cargo público a que a sentença se destinava. O tribunal especifica que a inabilitação é para todos os cargos públicos com poder contratual, o que implica a apreciação parcial do recurso, uma vez que o crime foi cometido a partir de um cargo público com poder contratual.