Os restos mortais de Queipo de Llano deixarão La Macarena em novembro

Já existe data para a exumação dos restos mortais do líder golpista Queipo de Llano da Basílica de La Macarena. Tão avançado ABC de Sevilha, a Irmandade de La Macarena procederá à retirada do exaltado soldado de seu templo em novembro próximo. O objetivo é que estas tarefas sejam realizadas antes dos cultos à Virgem da Esperança, por volta do dia 18 de dezembro.

Além disso, também serão extraídos os corpos da esposa do general de Franco, Genoveva Martí, e de um auditor de guerra enterrado no mesmo túmulo. O protocolo que o Governo partilha com a irmandade Macarena indica que, por exemplo, o seu secretário, um legista e um membro do Governo de Espanha devem estar presentes durante os trabalhos de exumação.

Queipo de Llano, proibido por lei

Na segunda-feira passada, o governo central enviou à Irmandade uma carta da Secretaria de Estado da Memória Democrática. A exigência era clara: acabar com o genocídio “o mais rápido possível”. Uma vez concluído o processo de exumação, os restos mortais serão entregues às famílias correspondentes para serem sepultados onde for acordado em particular.

A Lei 2/2017, de 28 de março, sobre a Memória Histórica e Democrática da Andaluzia, proíbe expressamente a exibição pública de símbolos e elementos contrários à Memória Democrática e, especificamente, no artigo 32.4 estabelece que “quando os elementos contrários à Memória Democrática são colocados em edifícios privados com projeção para um espaço ou uso público, os proprietários devem removê-los ou eliminá-los”, sendo este o caso do túmulo do general franquista Queipo de Llano.

Atrocidades cometidas pelo genocídio

O conspirador golpista que reside em La Macarena é responsabilizado por mais de 45.000 tiroteios em Sevilha durante o golpe de estado de 1936 que deu lugar à Guerra Civil, seguida por 40 anos de ditadura fascista e franquista. A espera acabou. É hora de aplicar a lei.

Queipo de Llano estava à frente do exército rebelde que atacou a província de Málaga em janeiro de 1937. Primeiro tomou Marbella do oeste e Alhama de Granada, o que fez com que muitas pessoas fugissem para a capital Málaga. Quando as tropas de Franco e os camisas negras italianas começaram a assediar a cidade, muitos milicianos e civis fugiram pela rodovia Almería, que não foi fechada embora estivesse ao alcance da artilharia aérea e naval. Nesta fuga desesperada, as forças rebeldes começaram a bombardear milhares de pessoas, que ficaram muito expostas na estrada.

Este massacre é conhecido como La Desbandá. Estima-se que 3.000 a 5.000 pessoas, a maioria civis, foram assassinadas a sangue frio, no que o médico canadense Norman Bethune, testemunha do massacre, descreveu como “duzentos quilômetros de miséria”.

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