O caso de José Luis e Dolores

A Câmara Municipal de Sevilha, através da sua empresa municipal Emvisesa, solicitou pela vigésima segunda vez o protocolo de troca com realocação simultânea a um casal do bairro Cerro del Águila. José Luis e Dolores, que viviam num “apartamento-prisão” devido à sua doença, conseguiram adquirir uma nova casa para alugar em Palmete em troca da que tinham. Este é um protocolo que permite, sobretudo, às pessoas com mobilidade reduzida o acesso a habitações mais acessíveis e adaptadas à sua situação.

Foi o caso de José Luis, que sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou acamado em sua casa, num quarto andar sem elevador, no bairro de El Cerro del Águila. Essa doença, incapacitando-o de realizar qualquer tipo de movimento, transformou sua casa e a de sua esposa, Dolores, em um “apartamento-prisão”.

Apartamento com elevador

A Emvisesa adquiriu o seu apartamento e, de imediato, adjudicou-lhes outra casa localizada no bairro de Palmete. O novo apartamento, adjudicado em regime de arrendamento, está inserido num prédio construído em 2005, que dispõe de elevador desde a cave até à cobertura. A casa está adaptada às suas necessidades, com 85 metros quadrados construídos, três quartos, elevador, garagem e arrecadação, e com uma renda acessível de 478 euros mensais, mais despesas – a anterior tinha 75 metros quadrados com três quartos. Este caso foi previamente analisado pela Secretaria Municipal do Direito à Moradia, que verificou que todos os requisitos para a permuta foram cumpridos.

Dada a impossibilidade de José Luis viajar, o diretor-geral da Emvisesa, Felipe Castro, deslocou-se a sua casa, acompanhado pelo notário José Antonio Rey. «A habitação adaptada às necessidades deste casal, que não pôde continuar a residir no seu apartamento, provém do programa de aquisição de habitação, graças ao qual a Emvisesa ampliou o parque municipal de arrendamento em 91 unidades. É um exemplo claro de protocolos cruzados que fecham ciclos complexos que acabam por satisfazer as necessidades de duas famílias. É um dos exemplos mais claros da função social da Emvisesa”, explicou o delegado de Habitat Urbano e Coesão Social, Juan Manuel Flores.

63 trocas

«Este é um programa de inovação social com o qual tentamos encontrar soluções para pessoas com graves problemas de acessibilidade, aplicando uma política de habitação social. Com este tipo de operações, além de resolver o problema desta família, a Emvisesa amplia o parque habitacional público, uma vez que os apartamentos adquiridos são preparados e atribuídos a outras famílias compatíveis”, segundo Juan Manuel Flores. Com efeito, a Emvisesa já realizou 63 intercâmbios em diferentes modalidades, destacando-se os 22 realizados no âmbito do programa com recolocação simultânea.

Por sua vez, o gerente da Emvisesa, Felipe Castro, explicou o procedimento: “Adquirimos uma casa vazia que serve de novo lar para um casal confinado em um ‘apartamento-prisão’ que, por sua vez, nos vende um apartamento que será adequado para outra família, provavelmente jovem e sem necessidade de elevador. A Emvisesa já investiu 5,5 milhões de euros na compra de 76 habitações devolutas que passaram a integrar o parque municipal de arrendamento acessível. Da mesma forma, alugamos outras 15 casas vazias. O investimento na compra de ‘apartamentos prisionais’ atinge os 1,5 milhões de euros.

Juan Manuel Flores manifestou a satisfação do governo municipal com o sucesso deste e de outros programas de captação de novas moradias ou recuperação de moradias próprias. «Já são 519 casas recuperadas e captadas através de permuta com relocalização, primeiro julgamento e desistência, permuta de terrenos, acordos com entidades financeiras, transferências do regime de venda para arrendamento ou compra direta a particulares. Entretanto, continuamos a avançar no novo programa de construção e reabilitação da Emvisesa, que colocará à disposição dos sevilhanos cerca de 1.400 casas e alojamentos nos próximos anos”, concluiu o delegado.

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