“Não viemos para ver isso”

“O momento mais violento da minha vida”. Assim descreve a jornalista Paloma Jara a cena vivida nesta quinta-feira durante a apresentação da ópera ‘Tosca’ de Giacomo Puccini no Teatro Maestria de Sevilha, que terminou com calúnias homofóbicasvaias e até desistências de alguns dos participantes. um beijo na boca por dois dos atores foi o que desencadeou a ira do público, que recriminou o encenador, o sevilhano, com gritos e vaias Rafael R. Villalobos.

Como relata Jara, a situação começou a ficar tensa “no início do segundo ato”. Foi nesse momento que “O personagem de Pasolini tem um encontro com um jovem” e ali “começaram os gritos”. «A princípio, pensei que as vozes reprovadoras faziam parte da cena. Roma 1975. Mas não, foi Sevilha 2023″, relata o jornalista. Muitos dos participantes do público repetiram “fora, fora” com veemência, explicou Paloma Jara.

“Alguns deixaram o teatro com raiva afirmando que eles eles tinham vindo para ver uma ópera, não esta. Outros saíram mais discretamente. Houve quem agüentasse até o fim para que, quando Villalobos saísse, voltassem a repreendê-lo”, lamenta a jornalista em um tópico do Twitter que compartilhou após presenciar a cena constrangedora.

“Bravo” contra o “fora”

Porém, junto com os gritos de “fora”, aplausos e “bravo” puderam ser ouvidos de grande parte do público, que só desaprovou a atitude da outra parte dos presentes. «Eles pareciam ressentir-se de referências fora da Tosca, tal como concebida por Puccini em 1900, mas No fundo, acho que o que realmente incomodou muitos deles foi uma cena de encontro homossexual». garante Paloma Jara.

«Entendo que o público amante da ópera, além de exigente, é apaixonado e muito conhecedor das suas grandes obras. Mas Sevilha é muito mais do que aqueles que insultaram. Ela é mais diversa, tolerante e transgressora do que eles e não merece se sentir violenta numa noite de ópera”, conclui a jornalista em uma matéria que não passou despercebida nas redes e gerou opiniões de todo tipo, já que por alguns usuários os insultos recebidos nesta ópera em Sevilha não eram homofóbicos, mas sim uma crítica ao próprio trabalho.

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