Homenagem a Ana Orantes no 25º aniversário do seu assassinato

A Câmara Municipal de Sevilha, através da Área da Igualdade e Recursos Humanos, prestou homenagem este sábado a Ana Orantes por ocasião do 25º aniversário do seu assassinato pelas mãos do ex-marido. O evento realiza-se na rua que leva o seu nome desde 2019, junto à Alameda de Hércules.

Durante esta homenagem, que contou com a presença de representantes do Conselho Municipal da Mulher e de outras entidades da cidade, a delegada da Igualdade e Recursos Humanos, Clara Macías, destacou que “o caso de Ana Orantes e a sua história pública marcaram um antes e um depois nas políticas de combate à violência sexista no nosso país, mas temos de reflectir sobre a situação em que nos encontramos. E fazemos-no precisamente hoje quando acordamos com uma nova morte por violência de género, neste caso o assassinato de uma mulher em Montequinto. “Temos que continuar a lutar e a sensibilizar para este flagelo e, sobretudo, para aqueles que insistem em continuar a encobrir a violência sexista”.

Em 2019, a Câmara Municipal de Sevilha rotulou esta estrada localizada no Centro Histórico, junto à Plaza Pedro Zerolo e Alameda de Hércules, com o nome de Ana Orantes. Esta iniciativa teve como objetivo preservar a memória de uma vítima cujo depoimento na televisão, duas semanas antes do seu assassinato pelas mãos do ex-marido, tirou a violência sexista da esfera doméstica para transformá-la em assunto de interesse público e promoveu mudanças na legislação, judiciário e a perspectiva que se manteve sobre esses assassinatos até aquele momento.

História de Ana Orantes

Ana Orantes casou-se com o então companheiro, José Parejo, em 1956, e teve 11 filhos, três dos quais morreram de causas naturais. Os restantes testemunharam no processo judicial sobre os contínuos maus tratos do pai à mãe e os abusos contra si próprios, o que provocou a saída precipitada de muitos deles da casa da família, como foi o caso da segunda filha, de nome Ana, com quem se casou. quando ele tinha apenas 14 anos. As contínuas situações de abuso geraram diversas denúncias e tentativas de separação a partir da década de 1980.

Após a aprovação da Lei do Divórcio, Orantes levou a situação a tribunal, onde foi decidida a separação judicial do casal em 1996 embora lhes fosse permitida a partilha do imóvel, dividindo os dois pisos do imóvel. A mulher e seus filhos tentaram diversas vezes adquirir a propriedade do térreo do marido por meio de diversas ofertas de compra que ela não aceitou.

Em 1997, decidiu dar o seu testemunho num programa de televisão andaluz durante uma aparição de 35 minutos em que detalhou os ataques e as tentativas de abuso dos filhos do casal. Treze dias depois, quando Parejo regressou da recolha de uma nova denúncia, encontrou Ana Orantes no jardim comum da casa que partilhavam, onde acabou com a vida.

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