Os sanitários do Centro de Saúde Nossa Senhora da Graça de Carmona Eles comunicaram que vão demonstrar todas as segundas-feiras às 12h00 à porta do posto para pedir a melhoria das suas condições de trabalho, o que está a gerar uma redução significativa da capacidade de prestação de cuidados de saúde adequados ao município. O protesto consistirá em uma paralisação de dez minutos da atividade.
As casas de banho do centro de saúde de Carmona denunciam que a falta de substitutos para os médicos que provocam baixa por doença, com autocobertura por parte dos restantes colegas, “é um grave prejuízo para o público, que vê como os seus médicos têm cada vez menos tempo para atender às consultas, visto que são mesmo obrigados a atender emergências à mesma hora em horários paralelos aos das consultas do dia”.
Trabalhadores sanitários do centro de saúde de Carmona com problemas de “hipertensão”
Estas condições de trabalho sofridas pelos sanitários de Carmona estão a causar-lhes problemas de saúde, segundo um relatório elaborado pela Unidade de Prevenção de Riscos Laborais, que reconheceu “a influência crítica dos problemas organizacionais e do risco percecionado pelos profissionais médicos”. O relatório afirmava categoricamente que “foi possível constatar que os profissionais médicos do Centro de Saúde de Carmona sofrem stress laboral, uma vez que percebem que existe um desequilíbrio entre o que lhes é pedido (exigências de trabalho) e os recursos pessoais que disponibilizam para fazer face a essas exigências, existindo indícios de prejuízos para a saúde por este motivo”.
Além disso, revelou a dimensão da sobrecarga dos médicos, que devem enfrentar todos os dias, além de suas escala de 47 pacientestarefas como acompanhamento sintrom, acompanhamento de utentes transfundidos, prescrições de farmácia, renovação de tratamentos, etc Soma-se a tudo isso o atendimento de “pacientes de emergência (encores) que devem ser intercalados em consultas, em média 7 emergências desse tipo. Nos dias analisados, em 2 de novembro de 80 emergências entre 12 médicos, no dia 3, foram atendidas 38 emergências entre 15 médicos e no dia 4, 57 emergências entre 15 médicos, embora as emergências geralmente sejam distribuídas em alíquotas entre 6 a 10 médicos. Além disso, os médicos também devem “inscrever os pacientes do profissional que não está presente por motivos diversos (saídas de guardas, doença, pausas, etc.)”.
Tudo isto significa, de acordo com o referido relatório, uma “exposição a condições perigosas de trabalho” e uma “saturação de profissionais nesta época de pandemia de covid-19, diminuindo a tolerância para esforços extraordinários exigidos pelo sistema”