Os médicos da Atenção Primária da Andaluzia manifestaram-se esta quarta-feira em Sevilha desde o Palácio de San Telmo até à sede do Serviço de Saúde da Andaluzia (SAS), convocados pelo Sindicato dos Médicos da Andaluzia (SMA), para denunciar “a situação de abandono da Atenção Primária” após dois meses e meio desde a assinatura do convênio com o Ministério da Saúde e Consumo. Paralelamente, é convocado um dia de greve, das 08h00 às 20h00, para o qual são convocados todos os médicos deste nível de cuidados.
Segundo indicou o presidente do Sindicato dos Médicos da Andaluzia, Rafael Carrasco, o sindicato retomou “a maior parte das suas mobilizações” devido à “quebra” do acordo celebrado com o Ministério da Saúde em janeiro passado e pelo qual suspende as mobilizações “confiando que depois poderíamos negociar outras melhorias que tínhamos em segundo plano.”
Por sua vez, os médicos presentes na manifestação indicaram que, “decorridos dois meses e meio desde a assinatura do acordo com a Direcção, nem sequer as agendas foram alteradas e continuamos sem resposta à equiparação salarial entre Cuidados Primários e hospitalares”, a que se juntaram as “desigualdades evidenciadas entre a Andaluzia e o resto das comunidades autónomas”.
Nesse sentido, Carrasco tem destacado a necessidade de “elevar o complemento salarial dos médicos ao nível das outras categorias”, uma vez que considerou que “não é razoável um médico da Atenção Primária cobrar menos num suplemento específico do que um assistente, um administrador ou uma enfermeira.
Por outro lado, os médicos têm afirmado que “ainda não foi proposta solução para os serviços de emergência e dispositivos de apoio”, cuja “situação de abandono se mantém” e para a qual “não existem propostas de melhoria”. “Não há nenhuma resposta ou atividade positiva por parte da administração andaluza que indique a solução do conflito e que nos faça desistir da convocação de greve, nem para esta quarta-feira nem para as próximas”, acrescentaram do Sindicato Médico Andaluz. .
Igualmente, o presidente da organização sindical apelou a uma “reorganização dos dispositivos de apoio”, em que existam “duras condições de trabalho e remuneração”. “Além disso, ainda não temos uma solução de plano de carreira de produtividade CRP”, acrescentou.
A greve desta quarta-feira insere-se num calendário de manifestações que o Sindicato dos Médicos Andaluzes, face ao “incumprimento por parte da Administração” do acordo assinado com o Ministério da Saúde em Janeiro passado, fixou para todas as quartas-feiras até em 24 de maio, pouco antes das eleições municipais.